Aumento de maconha por grávidas acelera durante a pandemia, segundo estudo

Aumento de maconha por grávidas acelera durante a pandemia, segundo estudo

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Embora o crescimento gradual já era de conhecimento dos pesquisadores, o isolamento social deu um salto de até 25% nos números. 

A legalização da maconha nos Estados Unidos tem crescido nos últimos tempos e  atualmente, cerca de 16 estados já autorizaram a erva. Consequentemente, o consumo de maconha por grávidas também aumentou. 

E parece que a pandemia acelerou esse crescimento. Segundo um novo estudo da Divisão de Pesquisa Kaiser Permanente em Oakland, nos EUA, o aumento foi de até um quarto a mais.

Para fazer o teste, os pesquisadores compararam cerca de 95 mil exames toxicológicos feitos no pré-natal de janeiro de 2019 a dezembro de 2020.

Imagem: Alamy Stock Photo

Comparado ao ano anterior, os pesquisadores perceberam um aumento substancial em mulheres no começo da gestação no estado da Califórnia. De 6,75% o número subiu para 8,14%.

Contudo, a pesquisa não diferenciou os tipos de canabinoides. O canabidiol (CBD), por exemplo, é bastante utilizado na medicina e não provoca os efeitos psicoativos da maconha.

Uso recreativo

Como dissemos, o consumo por grávidas já era notório. Em outra pesquisa feita pela Pesquisa Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde (NSDUH, sigla em inglês), a partir de 2013 os profissionais de saúde começaram a perguntar o motivo do consumo.

Até 2017 o uso por indicação médica já era bem pequeno. De acordo com o estudo, o  uso medicinal entre mulheres de 12 a 44 anos não ultrapassou 0,68%. 

Consequências

Embora não haja estudos suficientes sobre grávidas e maconha, alguns médicos preferem advertir suas pacientes. Principalmente porque as pesquisas feitas até agora não são animadoras. 

É possível que o tetraidrocanabinol (THC), composto intoxicante da cannabis, possa atravessar a placenta e causar prejuízo para o bebê no útero, segundo os pesquisadores do American College of Obstetricians and Gynecologists  (ACOG).

Estudos também mostraram que o uso da cannabis durante a gravidez pode causar problemas no desenvolvimento cerebral do bebê, causar queda do peso e aumentar o risco de natimortos (a morte de um feto após 20 semanas de gestação).

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