O segundo turno das eleições do país tem candidatos que pensam diferente, mas em uma coisa eles concordam: que a maconha deve ser legalizada.
A presidência da Colômbia será definina ainda neste mês, contudo, mesmo com pensamentos distintos, tanto o candidato de esquerda quanto de direita concordam com a legalização da maconha no país.
O primeiro turno das eleições aconteceu no último domingo (29) e resultou em 40% dos votos para o ex-guerrilheiro de esquerda Gustavo Petro e 28% para o populista de direita Rodolfo Hernández, que agora disputam o cargo máximo.
Embora o cultivo e a compra para fins medicinais seja legalizado, o uso adulto continua apenas descriminalizado, ou seja, é permitido somente pequenas quantidades para o uso individual (até 22 gramas).
Declarações
Contudo, os dois candidatos, defendem a legalização da maconha, mesmo o político mais conservador de direita. Os dois inclusive, já se manifestaram abertamente sobre o assunto.
Em março, em uma entrevista à revista colombiana Semana, Petro considerou como “estupidez” a proibição da maconha.
Já o seu opositor Hernández fez uma publicação no Twitter que apesar da alta produção, o país ainda vive em repressão.
Fumar marihuana ya es libre en muchos países, pero aquí, que se produce la mejor, seguimos en manos de la represión.#RodolfoHernandez #RodolfoPresidente #LigaAnticorrupcion #Elecciones2022 pic.twitter.com/xaLO0MbNQQ
— Ing Rodolfo Hernandez 🇨🇴! (@ingrodolfohdez) May 4, 2022
“Fumar maconha já é gratuito em muitos países, mas aqui, onde se produz a melhor, ainda estamos nas mãos da repressão”, diz no post.
Produção em massa
Atualmente a Colômbia é um dos principais produtores de cannabis do setor. Embora tenha sido duramente afetado pelo narcotráfico na década de 1970, o cenário começou a mudar em 2012, quando descriminalizou o porte de até 20g de cannabis.
Em 2016 o país autorizou o cultivo, a fabricação, a importação e a exportação de cannabis exclusivamente para fins medicinais, desde que as empresas sejam licenciadas pelo governo. E posteriormente, o cultivo industrial também foi liberado.
Segundo os dados da New Frontier Data, a indústria da cannabis na Colômbia atraiu mais de US $500 milhões.