Cannabis é efetiva na Síndrome de Burnout, segundo estudo

Cannabis é efetiva na Síndrome de Burnout, segundo estudo

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

A pesquisa brasileira ainda precisa de mais estudos, mas os resultados são animadores, principalmente para profissionais da saúde que atuam na pandemia de COVID. 

Em um novo estudo conduzido pela Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, a cannabis foi efetiva no tratamento da Síndrome de Burnout, que nada mais é que uma condição psicológica, causada pelo sentimento de exaustão total e falta de energia em relação ao trabalho. 

Os testes, feitos em profissionais do Hospital das Clínicas da USP que estão na linha de frente do combate à COVID-19, foram publicados no periódico científico Jama (Journal of the American Medical Association).

A condição tem preocupado a classe médica. Segundo um estudo feito pelo Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP), 87% dos profissionais tiveram sintomas da síndrome durante a pandemia.

Outra pesquisa nacional realizada pela Associação Médica Brasileira (AMB) também destacou que mais de 40% dos médicos relataram sobrecarga de trabalho durante a pandemia

Problema que resultou em mudanças expressivas Um quarto deles apresentaram alterações significativas no humor, 39,5% exaustão física ou emocional e mais da metade também demonstraram ansiedade e estresse.  

Como o estudo foi feito

Ao todo foram 120 médicos, enfermeiros e fisioterapeutas ligados ao hospital universitário. Metade deles receberam um óleo de 300mg de canabidiol (CBD), o componente da cannabis que não gera os efeitos alucinógenos. 

O estudo foi feito com um extrato puro, ou seja, apenas com o componente sem outras substâncias da planta. 

O experimento foi administrado junto ao tratamento convencional para a síndrome de Burnout, que se resume a terapias, exercícios físicos de baixa intensidade e conteúdo motivacional, que também foi conduzido para o grupo que não recebeu o óleo de cannabis. 

A pesquisa durou quatro semanas. Ao final do estudo, aqueles que fizeram o uso do extrato da cannabis tiveram uma redução média de quatro pontos na escala de sintomas, comparado ao início do teste.

Também não houve melhoras expressivas no grupo que recebeu o tratamento convencional. 

Melhoras

Segundo os pesquisadores a melhora foi  de 25% na redução dos sintomas já nos primeiros 14 dias. Principalmente em depressão e ansiedade, que tiveram uma queda de 50% e 60% respectivamente. 

A análise foi feita de duas maneiras. A primeira por meio de uma autoavaliação dos sintomas, a segunda foram respostas a perguntas que posteriormente eram avaliadas por uma equipe fora do estudo que não conheciam os participantes.

O estudo ressaltou a eficácia do óleo principalmente em junho de 2020, época de alta nos casos de COVID-19 em Ribeirão Preto, onde as melhoras foram significativas.

Contudo, para bater o martelo sobre o uso do CBD, ainda é necessário pesquisas controladas com placebos e métodos duplo-cego (onde nem os pesquisadores e nem os voluntários sabem o que estão usando).

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