A cannabis pode ser uma boa solução para cólicas menstruais?

A cannabis pode ser uma boa solução para cólicas menstruais?

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Algumas propriedades anti-inflamatórias da planta podem aliviar a dor pélvica. Redução da náusea também é um dos benefícios

A cannabis pode ser uma boa solução para cólicas menstruais?
Foto: Freepik

Cólicas menstruais são dores agudas e muitas vezes intensas que acometem as mulheres durante ou próximo às menstruações. Estima-se que de 30 a 50% das mulheres têm menstruações dolorosas.

Casos mais longos de cólica podem estar associados a náuseas, dores de cabeça e inchaço nos seios. Felizmente, hoje existem diversos tratamentos conhecidos e que podem ser feitos por conta própria ou com o auxílio de medicamentos anti-inflamatórios. 

Em relação à cannabis, embora ainda faltem estudos que comprovem sua eficácia para esta finalidade, os potenciais anti-inflamatórios dos canabinoides podem ser uma solução para aliviar as dores. Inclusive, um estudo realizado pelo cientista norte-americano, Ethan Russo, um dos pioneiros nas pesquisas sobre cannabis medicinal, indica que já existem vários registros milenares de que a planta pode tratar cólicas. 

Continue a leitura para entender mais sobre estes benefícios.

O que pode causar cólicas?

Antes de falarmos da cannabis, o que você realmente sabe sobre este desconforto?

Também conhecida como dismenorreia, a cólica é um dos sintomas naturais do ciclo menstrual. Ela ocorre por conta da liberação de prostaglandina, substância que faz o útero contrair para eliminação do endométrio (camada interna do útero) na forma de sangramentos. 

Tipos de cólicas

Há dois tipos de cólica: primária e secundária. A do tipo primário não está relacionada a ciclos anormais e lesões. É o tipo mais comum de cólica encontrado e costuma durar poucos dias. 

Já as cólicas secundárias podem durar todo o período do sangramento e costumam se manifestar na idade adulta. Ela também pode acompanhar outros sintomas como náuseas, vômitos, fraqueza e alterações de humor – em suma, prejudicar o dia a dia das mulheres. 

Segundo uma pesquisa realizada pela consultoria Deloitte, uma a cada cinco mulheres no mercado de trabalho têm problemas de saúde relacionados à menstruação e à menopausa. No Brasil, 49% das profissionais afirmam exercer as atividades mesmo sofrendo com as cólicas – a média global é de 16%. 

Como solução, a maioria das brasileiras entrevistadas acredita que as empresas deveriam oferecer licença remunerada para períodos de desconforto menstrual.  

O que fazer para aliviar a cólica menstrual?

Como são condições de saúde que podem durar até a menopausa, o tratamento dependerá da frequência das dores e dos sintomas apresentados. É importante que as mulheres consultem um profissional para avaliar como proceder, especialmente em dores mais fortes. 

Fazer compressas de água morna, tomar chá de gengibre e se exercitar são exemplos de ações que podem diminuir as dores. 

O tratamento de cólicas primárias pode envolver anti-inflamatórios e contraceptivos que reduzem a quantidade de prostaglandina. Em cólicas secundárias, antibióticos podem ser receitados para diminuir outros sintomas. 

A cannabis pode tratar os sintomas da cólica?

Alguns canabinoides como o CBD (canabidiol) podem aliviar a dor pélvica, o que na teoria, diminuiria as cólicas. Isso acontece porque a cannabis possui propriedades que regulam a inflamação no tecido uterino.

Como citado anteriormente, ainda não existem muitos estudos específicos para a cólica primária. Porém, alguns resultados iniciais podem ser levados em consideração. 

Um exemplo é um estudo de 2016 que avaliou a aplicação do CBD em gel para redução das inflamações em regiões íntimas femininas. Os pesquisadores acreditam que é possível ter uma melhora nos sintomas relacionados às cólicas menstruais, sobretudo quando há a combinação com o THC (tetrahidrocanabinol), que aumenta a ação terapêutica do canabidiol. 

Já um estudo publicado em 2020 sugere que a cannabis reduz a produção das moléculas que dão origem à prostaglandina.

Leia mais: Saúde íntima feminina: Lubrificante de cannabis vai além do uso sexual

Como a cannabis age na dor?

A relação entre os produtos à base de cannabis e a modulação da dor é possível por conta do sistema endocanabinoide. Ele está presente em todo o corpo humano e funciona como uma espécie de regulador das funções do organismo.

Além de modular a homeostase, influencia em questões como humor, fome, sono, sistema imunológico e nervoso. A cannabis é capaz de suprir as necessidades que estão faltando no organismo, e por isso, auxilia na regulação da dor.

A planta atua diretamente no sistema imunológico e nas terminações nervosas do útero, do colo do útero, ovários e tecidos musculares, relaxando os músculos para aliviar as dores pélvicas.

Leia mais: Saúde da mulher: O que é preciso saber para começar a prescrever

Efeitos colaterais do tratamento

Assim como um tratamento com alopáticos, a cannabis também pode causar alguns efeitos colaterais, que dependendo da forma administrada e dos canabinoides podem ser:

  • Perda de memória;
  • Ansiedade;
  • Euforia;
  • Fadiga;
  • Boca seca.

Contudo, são efeitos que podem nem aparecer. Por isso, é importante consultar um profissional de saúde para saber se o tratamento é ideal para você. 

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um prescritor até o processo de importação do produto através da nossa parceira Cannect. Clique aqui.

Tags:

Artigos relacionados

Relacionadas