O Canabidiol sozinho ainda foi eficiente contra outros tipos de bactérias que causam infecções respiratórias, infecções na pele e até meningite.
Ontem (16) a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (FMRP) divulgou um novo estudo feito em laboratório, que demonstrou a eficácia do Canabidiol (CBD) combinado a antibióticos no combate à superbactéria.
A pesquisa, publicada em abril na revista Scientific Reports, do grupo Nature, testou o CBD junto a polimixina B, antibiótico já utilizado nos hospitais para o tratamento de infecções hospitalares graves.
Além da faculdade de medicina, a pesquisa também foi realizada pela Faculdade de Farmácia da USP em parceria com a UNESP de Araraquara e o Instituto Ramón y Cajal de Investigación Sanitaria da Espanha.
Eficiente contra superbactéria
Segundo as pesquisas, a combinação do canabidiol ultrapuro juntamente com o antibiótico conseguiu combater atividades de superbactérias, como a Klebsiella pneumoniae extremamente resistente a antibióticos.
Ela é conhecida por causar infecções hospitalares graves, como infecções no sangue, pneumonia e até meningite.
“E, de modo surpreendente, os resultados foram promissores contra bactérias que também eram resistentes à polimixina B, ou seja, para aquelas que o antibiótico sozinho não tem atividade”, explica Leonardo Neves de Andrade, professor da FCFRP, biomédico e coordenador do estudo.
Contudo, ainda são necessários testes pré-clínicos e clínicos para considerar o CBD como um antibiótico.
Ação do CBD sozinho
A pesquisa brasileira ainda demonstrou que o canabidiol sozinho foi eficaz contra bactérias como:
- Staphylococcus, que pode causar de faringite e endocardite;
- Enterococcus, que pode afetar o aparelho digestivo e urinário;
- Streptococcus, que pode provocar faringite, escarlatina, febre reumática, até pneumonia e meningite;
- Micrococcus, que afeta o equilíbrio da microbiota da pele;
- Rhodococcus sp., relacionado com infecções respiratórias;
- Mycobacterium sp., Neisseria sp. e Moraxella sp., que podem causar infecções nas vias aéreas e sexualmente transmissíveis.