Estudos iniciais com cannabis reverteram comportamentos autistas em roedores

Estudos iniciais com cannabis reverteram comportamentos autistas em roedores

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Os resultados ainda são preliminares, contudo, a gestora do projeto é otimista, uma vez que a pesquisa ainda está no começo.

De acordo com resultados preliminares de um estudo pré-clínico realizado na Universidade da República e pelo Instituto Pasteur de Montevidéu, no Uruguai, a cannabis pode reverter alguns comportamentos relacionados ao autismo

Chamado de  “Cannabis e autismo: caracterização, extração e efeitos em modelos animais e celulares”, o projeto ainda está em fase inicial, mas conseguiu perceber que a cannabis teve efeitos reversos em roedores com a condição.

 Segundo a especialista e gestora do projeto Inés Carrera ao Portal Montevideo, os resultados foram bastante promissores, uma vez que mudança de comportamento já foi vista em apenas uma das variedades da planta utilizada.

Pequenos detalhes

Contudo, os pesquisadores levaram em consideração uma série de fatores, como o método de extração utilizado, os tipos de canabinoides da planta e qual a cepa usar antes de começar  o estudo. 

“É muito importante saber para que queremos usar um extrato de cannabis, porque os componentes que usamos vão depender disso. Sabendo do que precisamos, não haverá mau uso ”, disse Carrera ao Portal.

Outros estudos

Em 2019 foram desenvolvidos diversos estudos ao longo do ano sobre o uso da cannabis no tratamento de autismo. Em janeiro e maio, os pesquisadores buscaram entender os efeitos do canabidiol a longo prazo.  

Para isso, os pacientes do estudo passaram por uma espectroscopia de ressonância magnética, que mostrou que o sistema de inibição e excitação dos autistas responde de forma particular, o que resultou em mais estudos.

Outras duas pesquisas realizadas em setembro e outubro relataram os mesmos resultados de melhorias, principalmente no sono, nos déficits  de comunicação e convulsões. 

Mas o que mais chamou atenção foi as melhoras cerebrais que antes não haviam sido exploradas. Mais um exame de ressonância magnética nos pacientes mostrou que o óleo de Canabidiol (CBD) melhorou significativamente algumas atividades cerebrais em locais específicos. 

O exame magnético foi feito também em pessoas sem TEA e não mostrou alterações com o uso do canabidiol. Isso prova de certa forma que o produto tem o poder de alterar atividades cerebrais em áreas afetadas do autismo.

Veja a entrevista com a gestora do estudo:

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