Marcas de CBD entram para a lista de patrocinadores de atletas olímpicos

Marcas de CBD entram para a lista de patrocinadores de atletas olímpicos

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

No primeiro ano das Olimpíadas com o canabidiol liberado, diversas empresas não perderam tempo para demonstrar os benefícios da substância em atletas.

As Olimpíadas de Tóquio começaram no dia 23 de julho, mas com algumas diferenças das edições anteriores: além de ser postergada para o ano de 2021, os jogos estão sem plateia por causa da COVID-19.

Contudo, a edição deste ano também trouxe algo novo, o tratamento de atletas com o Canabidiol (CBD). O componente é uma das moléculas da planta muito usada como fitofármaco e que não possui o famoso “barato” da maconha. 

Foto: Getty

 E esta será a primeira vez que o canabidiol não será proibido pela  Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês).

 Embora o código disciplinar da Wada tenha sido alterado ainda em 2018, essa é a primeira edição do evento que o canabidiol não será considerado um doping. 

Apenas o CBD

Contudo, a substância é a única molécula aprovada, o que faz todas as outras proibidas. Esse foi o motivo pelo qual a velocista Sha’Carri Richardson ficou de fora, por exemplo. 

A suspensão causou revolta em vários outros atletas e também em congressistas do seu país, os Estados Unidos. Muitos argumentam que é hipocrisia proibir a maconha, uma vez que o álcool continua liberado.

Outros ainda argumentam com base na ciência. Como por exemplo, o fato de que já foi provado que o tetraidrocanabinol (THC), componente que gera os efeitos alucinógenos da maconha, não influenciam no rendimento do atleta.  

Patrocínio

Ainda assim, a autorização do CBD foi um sinal verde para as empresas do ramo patrocinarem atletas. Principalmente depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vetou a propaganda da substância no Brasil. 

Aqui, a proposta não é o tratamento de doenças graves, mas ajudar no bem estar e qualidade de vida, servindo como complemento para os atletas manterem os seus rendimentos. 

Isso porque ela funciona como um relaxante muscular e anti-inflamatório. A lutadora de Ultimate Fighting Championship (UFC) Lívia Souza, por exemplo, foi a primeira atleta patrocinada por uma empresa de cannabis. 

Atletas Olímpicos

Em janeiro deste ano, o atleta olímpico Daniel Chaves virou notícia quando anunciou que estava fazendo testes para saber qual o melhor tratamento com canabinoides. Ele já tinha utilizado o composto para tratar depressão, mas agora, é um dos 13 patrocinados de uma empresa UsaHemp. 

Além dele, o skatista Pedro Barros também foi para Tóquio com o seu óleo de Canabidiol da empresa, que foca no bem estar dos atletas.

De acordo com informações da Exame, o tenista Bruno Soares também iria para as competições de Tóquio representando a marca de produtos 1Pure. Ele só ficou no país por causa de uma apendicite. 

A maioria dos patrocínios aconteceram por causa de um projeto chamado Atleta Cannabis, idealizado pelo triatleta Fernando Paternostro. 

“O projeto surgiu de forma orgânica, as pessoas estavam focadas só nas patologias e no recreativo, aí eu entrei com esse discurso de qualidade de vida e bem estar no esporte e teve uma aceitação boa. Está indo contra o estigma da maconha.” Diz o triatleta em uma das nossas pautas sobre o assunto.

Atletas internacionais

Esportistas de outras delegações também estão sendo patrocinados por marcas de CBD. Como por exemplo, as jogadoras americanas de futebol feminino, Megan Rapinoe, eleita a melhor jogadora do mundo em 2019 e Carli Lloyd, da seleção dos Estados Unidos. 

Encantada com as propriedades da planta, a colega de Rapinoe, Alex Morgan chegou até a criar o Just Live, uma marca de canabidiol específica para atletas. 

Apesar de não ter uma regulamentação federal, o país é um dos lugares mais lucrativos da cannabis tanto medicinal quanto recreativa. 

Pesquisas

O Sindicato de Atletas de São Paulo (Sapesp) já anunciou que vai fazer pesquisas sobre a cannabis em lutadores, que começa ainda este ano. O próprio presidente da instituição, Rinaldo Martorelli, já está fazendo o uso do canabidiol para tratar dores nos ombros. 

Ele foi goleiro do Palmeiras, e carrega o incômodo desde a década de 1980. “Eu não poderia oferecer aos atletas algo que não experimentei, né? Sinto que a dor diminuiu e que fiquei um pouco mais calmo.” Disse à revista Piauí. 

 

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