O outro lado do estetoscópio

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Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Hoje vim para falar um pouco da minha história e trajetória com a Cannabis. Me chamo Vanessa Matalobos, tenho 49 anos, sou casada, médica, mãe de duas filhas e avó de duas netas lindas, Flora e Nalu.

Sou formada desde 1997 e como sempre amei crianças, fiz minha primeira especialização em Pediatria. Passei seis anos na faculdade e mais dois anos na especialização, sempre ouvindo que a amamentação ao seio materno era o que mais protegia contra o câncer de mama, e posso dizer que sempre gostei de amamentar.

Quando minha filha mais nova tinha 5 anos e ainda mamava o peito, descobri um câncer de mama de mais de 8cm de diâmetro. No início, meu mundo desabou e iniciei um ciclo de oito sessões de quimioterapia para depois passar pela cirurgia e, no meio de tudo isso, descobrimos uma metástase no fígado.

Com o psicológico abalado, sem poder fazer nenhum plantão por ordem médica e com um prognóstico muito sombrio, comecei a trabalhar em regime de atendimento domiciliar.

Nesse novo trabalho, tive contato com meu primeiro paciente com síndrome epiléptica grave e refratária, o qual fazia uso de Cannabis Medicinal para controle das crises epilépticas e, a partir de então, comecei a estudar sobre o assunto e a me tratar com o óleo de Cannabis.

Fiz cursos sobre Cannabis Medicinal para me tornar prescritora, pois via o potencial dessa alternativa não só nos outros como em mim.

Nas sessões de quimioterapia não sentia enjoo, nas de radio também não sentia nada, não tive queda de cabelo e nem anemia, isso tudo contando com o fato de que nessa época, há cinco anos atrás, só se ouvia falar em tratamento com Cannabis para epilepsia refratária e esclerose múltipla.

Foi assim que comecei a tratar crianças autistas, com TDAH, TOD, doenças autoimunes, síndromes raras, etc. O tempo foi passando, me curei do câncer e, a cada dia, eu tinha uma nova descoberta sobre os transtornos, sintomas, doenças e casos clínicos que poderiam ser tratados com a Cannabis.

Mais crianças chegavam até mim e um detalhe importante foi perceber que eu conseguia, em mais de 60% dos casos, diminuir o uso de medicamentos alopáticos, controlados e tarja preta.

Hoje minha tarja é a “tarja verde”, verde de Cannabis Sativa, que é uma planta com efeitos incríveis, natural, sem conservantes e sem efeitos colaterais a médio e longo prazo.

Creio que estamos evoluindo para um caminho sem volta, no qual o foco não seja a cura, mas sim uma qualidade de vida, não só para os pacientes como também para famílias inteiras.

A Cannabis não deveria ficar no campo da negação ou do anonimato e creio que seja um grande erro deixá-la em último plano.

É importante que o paciente tenha a oportunidade de conhecer e escolher a melhor alternativa para o seu próprio tratamento e que a Cannabis seja apresentada como primeira opção e não como última, como ainda acontece.

Na pediatria, já existem várias indicações por ser um medicamento fitoterápico, seguro e com mínimos efeitos colaterais na dose correta.

A cada dia, mais doenças e transtornos estão sendo tratados e com sucesso em seus resultados que, por sua vez, também são cientificamente comprovados. A Cannabis trata de A a Z, Cannabis é vida, Cannabis salva e não espere precisar para defender.

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