A fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica tipicamente caracterizada por dor generalizada, sono não restaurador, fadiga, disfunções cognitivas e outros sintomas somáticos que afetam negativamente a função física e emocional, reduzindo a qualidade de vida.
Dessa forma, o objetivo do tratamento é acabar com a dor, melhorar os distúrbios do sono, os distúrbios do humor e a qualidade de vida.
Há muitas medicações que podem ser utilizadas para o alívio sintomático dessa condição, porém, mesmo na melhor das hipóteses, ainda hoje, a resposta terapêutica com o tratamento farmacológico é apenas modestamente eficaz.
Atualmente, todas as diretrizes mais recentes têm comprovado que as terapias não farmacológicas, principalmente com o exercício físico regular, devem ser consideradas como o tratamento de primeira linha da fibromialgia, com o mais alto nível de recomendação.
Isso se explica porque o exercício físico regular exerce efeitos potenciais no controle de sintomas físicos como a dor, depressão, ansiedade, qualidade de sono e qualidade de vida.
Modulando a resposta inflamatória
A analgesia induzida pelo exercício se dá, já que a atividade física regular modula a resposta inflamatória e o sistema imune, e normaliza a sinalização da dor no sistema nervoso central, atuando na prevenção e na reversão da alodinia e da hiperalgesia – fenômenos que ocorrem na fibromialgia onde o excesso de dor provoca uma hipersensibilidade e um aumento da sensibilidade ao toque leve ou à pressão.
Além disso, o exercício físico libera uma série de substâncias, como os endocanabinoides e outros neurotransmissores que são responsáveis pela melhora do humor, controle da ansiedade e do estresse, diminuição da fadiga e aumento de energia e também pela melhora da qualidade do sono.
Apesar desses efeitos tão positivos na melhora dos sintomas, a prática de exercício físico diário nas pessoas com fibromialgia é significativamente baixa, estando negativamente correlacionada com o humor depressivo e com a queixa da dor.
Como a dor e a fadiga são as queixas mais clássicas da fibromialgia, é muito comum que muitas das pessoas com essa condição limitem a atividade física regular e se tornem menos envolvidas em programas de exercícios físicos e atividades esportivas de qualquer tipo.
Então, como podemos melhorar o nível de exercício físico dessas pessoas e consequentemente seu bem-estar e qualidade de vida?
É aí que entra a cannabis!
Os fitocanabinoides possuem propriedades analgésicas e potencializam a qualidade do sono.
O uso da cannabis na fibromialgia está associado à melhorias na qualidade de vida geral, reduzindo as dores, o desconforto e a fadiga, melhorando o humor, a memória e concentração.
Isso se deve aos efeitos analgésicos, anti-inflamatórios, ansiolíticos, antidepressivos já tão bem documentados dessa planta.
E se engana quem pensa que apenas o CBD (canabidiol) possui efeitos positivos no tratamento dessa condição. Outros fitocanabinoides como o CBG (canabigerol) e o THC (delta-9-tetrahidrocanabinol) podem ser utilizados em suas diversas formas de uso.
Melhorias
Como a fibromialgia é uma síndrome multifatorial com uma gama imensa de sintomas, muitas vezes se faz necessário o uso de produtos sistêmicos – como os óleos, as cápsulas, as gummies e até mesmo as flores in natura – e de produtos tópicos – como os cremes, os roll-on e as pomadas à base de cannabis.
Com a diminuição das dores e o aumento da sensação de energia e motivação que a cannabis propicia, tanto para os processos mentais, quanto para as atividades físicas, o exercício físico acaba sendo uma realidade possível para as pessoas que convivem com a fibromialgia.
A melhora sintomática significativa gerada pelo uso de produtos à base de cannabis evita a inatividade física e diminui o comportamento sedentário – que na maioria das vezes ocorre pela dor e a sensação de cansaço frequentes.
O tratamento com cannabis em conjunto com a realização de exercício físico regular por meio de atividade física aeróbica pelo menos 150 a 300 minutos por semana e, se possível, acrescentando exercícios de força muscular dois dias na semana podem otimizar e muito a condição física, bem-estar e qualidade de vida das pessoas que convivem diariamente com a batalha da fibromialgia.
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