Afinal, quanto custa se tratar com cannabis?

Afinal, quanto custa se tratar com cannabis?

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

O custo de tratamento varia para casos de importação, compra em farmácia ou através de associações, mas está mais acessível do que se imagina

Segundo o II Anuário da Cannabis Medicinal, da Kaya Mind, 7 milhões de pacientes brasileiros são capazes de ser atendidos pelas terapias de cannabis no Brasil. Mais otimista, uma investigação feita pelo comitê executivo-médico da Cannect levanta a marca de 130 milhões.

Esta ampla margem varia em função do crescimento de evidências sobre o uso de cannabis nas mais diversas condições de saúde, ou mesmo, tratamentos transversais. 

Mas, seja sete ou cento e trinta, a pergunta que não quer calar é: Será que estes tantos milhões de pessoas conseguem custear este tratamento? Afinal, custa caro se tratar com cannabis?

Importação, farmácias e associações

A resposta varia caso a caso. Isto porque há três maneiras diferentes de comprar os derivados de cannabis: a importação, a compra nas farmácias via prescrição especial e as associações. 

E cada uma dessas vias apresenta ramificações diferentes: produtos disponíveis, profissionais prescritores, formas de efetuar a compra e, claro, valores.

  • Farmácias

Atualmente, os produtos nas farmácias ainda enfrentam maiores dificuldades para diversificar sua produção, já que a resolução aplicada restringe as vias de administração à via oral ou nasal.

Por isso, estes produtos se restringem a óleos, tinturas ou extratos, geralmente prescritos para pacientes de condições específicas, através de receitas médicas especiais.

Segundo o Anuário, há pelo menos 18 produtos canábicos disponíveis nas farmácias brasileiras, em uma faixa de preço variando de R$120 a mais de 5.300 reais. Na Farmácia Cannect, os valores são mais acessíveis, variando entre R$260 e R$870.

  • Associações

Apesar de populares, os produtos de associações também têm custos variáveis em função de fatores como concentração e tamanhos de frascos. Além disso, há custos indiretos como taxas de inscrição e mensalidades, que variam de acordo com cada associação.

De 16 associações existentes no Brasil, nove enviaram seus catálogos à análise do Anuário, enquanto outras duas não vendem os produtos e somente aceitam contribuições voluntárias. Deste quórum, a faixa de preço avaliada foi entre R$35 e R$1080.

Importação é mais barata do que se imagina

Os produtos importados são os que mais variam suas vias de administração e formas farmacêuticas. É através da importação que produtos como cremes, tópicos, gummies, supositórios e lubrificantes chegam aos pacientes, além dos tradicionais óleos e tinturas.

Mesmo que outras formas farmacêuticas se apresentem como alternativas ao tratamento convencional, a aquisição do óleo de cannabis pela via de importação desponta como a mais vantajosa em termos de custos.

Uma análise feita pelo grupo de relacionamento médico da Cannect elaborou uma comparação entre os preços dos óleos importados por seus pacientes. Através desta análise, chegaram ao custo médio mensal de R$366,35.

O levantamento aponta pacientes aleatórios que iniciaram o tratamento de cuidado coordenado pela Cannect e que compraram óleo full spectrum pela primeira vez. “Quando somamos o valor de compra mensal de cada paciente e tiramos a média, chegamos a este valor.” 

“O custo pode variar quando a compra envolve mais produtos além do óleo, mas se o paciente só precisa do óleo, este valor é mais acessível. Dependendo da dose, o paciente não compra mensalmente, então o produto pode durar mais de um mês e custar menos ainda”, explica Cris Suadicani, coordenadora da equipe de cuidado coordenado da Cannect.

Tags:

Artigos relacionados

Relacionadas