SP já gastou mais de R$38 milhões com o fornecimento de produtos à base de cannabis

SP já gastou mais de R$38 milhões com o fornecimento de produtos à base de cannabis

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

O estado concentra o maior número de ações judiciais para o custeamento da cannabis pelo SUS no país, com 37% dos processos.

De acordo com um requerimento de informação, obtido pelo deputado estadual Sérgio Victor (NOVO-SP), os gastos com judicialização de produtos à base de cannabis em São Paulo ultrapassam R$38 milhões de reais só nos últimos três anos. 

Os dados são de janeiro de 2019 até outubro de 2021, e equivalem apenas a medidas judiciais que envolvem o Sistema Único de Saúde (SUS), sem levar em consideração ações contra planos de saúde. 

Foto: Getty Images

O aumento é expressivo. Para se ter uma ideia, só no ano passado, foram quase R$20 milhões, um crescimento de 455% em comparação a 2019. 

O número de processos é superior ao resto do país, em que São Paulo concentra 37% das ações de cannabis.

De onde vem o dinheiro?

De acordo com o documento, não há um orçamento específico para custear os produtos derivados da cannabis, pois as demandas judiciais “têm caráter de obrigação de atendimento pela Secretaria de Saúde”. 

Ou seja, o valor é suprido pelo orçamento anual da saúde do estado, que pode até mesmo ser readequado para atender as demandas judiciais. 

Como funciona o processo de judicialização

90% dos brasileiros ganham menos de R$3.500,00 e 70% ganham até dois salários mínimos, de acordo com dados do IBGE em 2019. Por isso, boa parte dos pacientes não podem bancar o tratamento. 

Como no caso de remédios de alto custo, o jeito é recorrer à justiça. O direito à saúde está previsto no artigo 196 da Constituição, e diz que é dever do Estado criar políticas que garantam o acesso igualitário a serviços básicos. 

Ação

 O processo é igual às ações de fornecimento de medicamentos pelo governo de modo geral. Principalmente depois do entendimento do Superior Tribunal Federal (STF) em março de 2020.

Pela maioria dos votos, o STF destacou que é constitucional o fornecimento pelo estado, em caráter excepcional, de medicamentos de alto custo que não constam na lista do SUS.

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