Um mercado que vai além de insumos e remédios

Um mercado que vai além de insumos e remédios

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Além de produtos e medicamentos feitos a partir da planta, o mercado também tem apostado em ferramentas para o plantio especializado. 

Atualmente a cannabis é uma planta bastante cobiçada pela indústria. Isso porque além de remédios, ela também serve de matéria prima para a fabricação de uma variedade de produtos, que vão de cosméticos a combustíveis.

Segundo um relatório do Congressional Research Service, publicado em 2015, atualmente mais 25 mil produtos usam o cânhamo como insumo. Trata-se de uma subespécie com baixo teor de tetrahidrocanabinol (THC), componente que gera os efeitos alucinógenos. 

 Até agora, ela é usada para nove tipos de mercados diferentes: agricultura, têxteis, reciclagem, automotivo; móveis, alimentícia (bebidas e comidas), papéis, construção civil e cuidados pessoais/medicamentos.

Contudo, há também uma nova indústria por trás que também cresceu: o mercado das ferramentas para hortas voltadas à cannabis.

Jardinagem especializada 

Até o momento, há tanto lojas físicas quanto virtuais pelo mundo que oferecem estufas, fertilizantes, luminárias e tudo o que um cultivador amador possa precisar. Mercado que pode ser encontrado até no Brasil.

Em Florianópolis, por exemplo, há ao menos três lojas especializadas para quem quer cultivar a própria maconha em casa. Segundo informações da Folha de S. Paulo, é um negócio tão lucrativo, que o dono do comércio investiu R$100 mil para a abertura de mais 5 lojas.

Mesmo com o plantio proibido, uma startup curitibana, também oferece produtos para o cultivo urbano indoor desde 2018. Com um total de 1.600 clientes,  seu principal trabalho é disponibilizar tecnologias para hortas a pequenos produtores.

Hoje, o cultivo é limitado apenas a associações que possuem autorizações ou pacientes que obtiveram o direito judicialmente. 

No entanto, com o número de permissões crescendo, o mercado tem crescido. Em setembro deste ano, a startup recebeu um aporte de R$1,2 milhão a partir de uma rodada de captação. 

Aposta em novas leis

Embora o foco do mercado hoje esteja em um pequeno público que se arrisca ou possui uma licença, os investidores estão mirando lá na frente. Desde que o  Projeto de Lei 399/15 começou a ser discutido no Brasil, muita gente mostrou interesse.

A proposta ganhou destaque porque também visa o cultivo em solo nacional. Embora não contemple o plantio para pessoas físicas, será um importante passo para uma indústria nacional.

Ela foi aprovada por uma comissão na Câmara dos Deputados em junho, mas sofre resistência para ir ao Senado.

Segundo um levantamento divulgado pela empresa de inteligência de mercado Kaya Mind, a estimativa é que o número de brasileiros que utilizam o tratamento alternativo chegue a 50 mil. Com leis mais abertas, a estimativa é que de 50 mil, o uso da terapia canábica pode saltar para 6,9 milhões. 

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