Senado protocola projeto de decreto que pretende vetar resolução do CFM

Senado protocola projeto de decreto que pretende vetar resolução do CFM

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Em votação no Senado, o projeto de decreto, se aprovado, não passa pelo Presidente da República e, torna-se lei.

Projeto aguarda votação no senado federal. Foto: Roque de Sá / Agência Senado

Foi protocolado nesta terça-feira (18) no Senado Federal, um Projeto de Decreto Legislativo que pretende sustar a resolução nº2.324 do CFM (Conselho Federal de Medicina).

Leia também: CFM restringe a prescrição de cannabis

Um Projeto de Decreto Legislativo regula as matérias de competência exclusiva do Poder Legislativo e não precisa de sanção do Presidente da República. 

A tramitação do projeto já começou e deverá ser colocada em votação pelo senado em breve. Se aprovado pela maioria, será transformado em lei e a resolução perderá sua validade.

A autoria do PDL nº 361, de 2022, é da senadora Mara Gabrili (PSDB/SP).

Para Mara, a diretriz do CFM afronta a Constituição, interfere nas funções da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e “cria restrições à liberdade de expressão e científica” ao proibir palestras e cursos sobre a cannabis fora do ambiente científico.

A Resolução de 11 de outubro de 2022 restringe o uso do canabidiol a dois tratamentos específicos de epilepsia: a Síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut e o Complexo de Esclerose Tuberosa.

Isto afeta milhares de pacientes que já fazem uso do medicamento para uma diversidade de outras doenças, como epilepsia, Parkinson, esclerose múltipla, artrite, autismo, dores crônicas e transtornos e doenças mentais.

Leia também: A cannabis pode ajudar no tratamento de artrose?

A Resolução não proíbe os tratamentos, mas também não os recomenda, o que coloca os médicos em situação de risco de punição por prescrever o canabidiol para outras patologias. Entre as penalidades estão advertência e cassação do registro profissional. Assim, os médicos precisam avaliar o risco-benefício e assumir a responsabilidade pela indicação.

O documento vem causando insatisfação desde sua publicação.

Associações de pacientes estão organizando abaixo-assinados e protestos, considerando a decisão “arbitrária” e “negacionista“. Até o Ministério Público Federal instaurou um procedimento para apurar a compatibilidade do despacho.

Procure um Médico

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde achar um médico prescritor até o processo de importação do produto. Clique aqui.

Tags:

Artigos relacionados

Relacionadas